Bom gentem..cá estou eu de novo partilhando mais um túnel do tempo com vocês!!! Ainnn adoro isso...rsrsrs...
Seguinte...folheando meus arquivos pessoais encontrei esta entrevista que foi postada num site, que hoje não existe mais, à vários anos atrás e achei que merecia republicação e compartilhamento com os jovifriends. Espero que curtam...
Entrevista com Jon Bon Jovi em 1990, após o lançamento do álbum Blaze Of Glory
O garoto de ouro do hard rock lança seu primeiro LP e estréia no cinema.
Quem piscar periga não ver o momento em que Jon Bon Jovi é fuzilado em Young Guns 2 o faroeste rock’n’roll que mostra as aventuras de Billy The Kid (Emilio Estevez). São menos de dez segundos em cena: Billy chega à cidade para libertar dois de seus comparsas (Kiefer Sutherland e Lou Diamond Phillips) que estão presos numa cela improvisada num fosso.
Na confusão, os demais prisioneiros também escapam: entre eles, um sujeito cabeludo e sorridente demais para um condenado à força. O hirsuto meliante rouba a arma do xerife mas é instantâneamente baleado por outro agente da lei. E assim acaba a “estréia de Jon Bon Jovi no cinema”.
A verdadeira entrada do vocalista, compositor e guitarrista no mundo do celulóide, porém, é a coleção de dez canções que ele compôs e gravou para a trilha de Young Guns 2. O disco chama-se Blaze of Glory ( título também do primeiro single) e traz participações de Little Richard, Elton John, Jeff Beck, Waddy Wachtel ( um ex-X-pensive Winos, a banda que acompanhou a primeira incursão solo de Keith Richards, Benmont Tench ( tecladista de Tom Petty), Kenny Aronoff(baterista extraordinário do grupo de John Cougar Mellencamp) e o guitarrista canadense Aldo Nova.
Jon faz questão de frisar que Blaze Of Glory não é um disco solo, e sim uma trilha para um filme específico que em nenhum momento se choca com os interesses de Bon Jovi, a banda. No entanto, os cinco integrantes do Bon Jovi não se reúnem desde fevereiro, e inúmeras vezes surgiram rumores dando conta do fim da banda, uma das mais bem sucedidas dos anos 80, com quase trinta milhões de álbuns vendidos no mundo inteiro. Pergunte a Jon se o Bon Jovi acabou e se prepare para ouvir respostas evasivas e dúbias. Se a banda acabou ou não, só se saberá quando chegar a hora de o grupo iniciar uma turnê no extremo oriente, no final do ano. Até lá, os fãs têm Blaze Of Glory.
Rock star e, agora, movie star?
(sorrindo) ah, meu Deus – que carinha mais bacana né? (risos). É adorei ter participado deste projeto. (Depois de breve pausa, mudando de assunto).
Será que todo mundo da imprensa ganhou esses toca-fitas walkman que a Fox está dando de brinde? Vou estrear o meu no avião(risos). Eu troco de walkman como quem troca de camiseta: vou jogando tudo pelos cantos...Enfim, Young Guns foi a forma que encontrei para admitir que sou um workaholic, um viciado em trabalho. Porque, tipicamente, o que eu vinha fazendo, ano após ano, era álbum-tour-álbum-tour-álbum-tour-álbum-tour. Foi isso que fizemos nos últimos sete anos. E eu vou para casa e juro que “agora eu vou parar para poder descobrir a América, e aprender jardinagem, fazer uma lanternagem no meu caro, vou fazer tudo menos...” Mas este ano eu sabia...como todo ano, eu sou um pirado...que precisava compor. Conversa vai. Conversa vem com o Emilio Estevez, dali a pouco tinha dez canções. (Pondo as mãos para o céu) “ Obrigada, Senhor. Agora eu já posso gravar um álbum que não é o Bon Jovi, que não é um disco solo, mas que é para um filme”.
Seria mera coincidência os rumores sobre o fim do Bon Jovi terem começado justo agora?
(Abanando a cabeça) nhem, nhem,nhem. Adoraria ver o Richie (Sambora, guitarrista do Bon Jovi) fazer uma comédia para a TV junto com a Cher (namorada de Sambora e ex-parceira de Sonny Bono num programa semelhante que ia ao ar nos EUA durante os anos 60). Seria o máximo (cai na gargalhada e cantarola um trecho de “ I Got You Babe”, hit da dupla Sonny And Cher). Mas acho que isso jamais acontecerá. E se acontecer vou dar uma de Lee Harvey Oswald e ...(fingindo que está apontando uma arma)...”Richie...bang” (faz um som de disparo), deixa que eu acabo com sua agonia.” (Agora mais sério) Cher é maravilhosa. E essa coisa toda é um punhado de mentiras. Para falar a verdade, foi a mídia que inventou tudo isso sobre o fim do grupo. Começou no final da turnê New Jersey, no México. Era o show de numero duzentos e trinta e tantos. E eu tinha recebido, àquela altura, uma pilha de fitas demo que haviam sido entregues por diferentes bateristas com bilhetes dizendo: “ Já que seu baterista está dando no pé, eu posso ser o substituto”. E mandavam também umas fotos posadas com o instrumento. E eu olhava para o Tico e perguntava a ele: “ Você está de partida?:” E ele: (imitando a voz rouca do baterista do Bon Jovi) “Não”. Daí voltei para casa e comecei a ler nos jornais que Cher estava provocando o fim da banda, que Richie estava saindo do grupo...Até hoje não conversei com o Richie a respeito disso e para ser sincero nós cinco nunca mais estivemos juntos numa mesma sela desde aquele show no México, que foi em fevereiro. Isso ajudou a pôr lenha na fogueira. E agora, ainda mais com este disco que fiz sozinho, as pessoas ficam sacando, não sei de onde, que a banda acabou. Mas não existe nenhuma animosidade entre os integrantes.
Já que está tudo bem, o Bon Jovi tem planos de gravar um disco novo logo ou voltar a fazer shows?
Não, não...
Então a banda acabou?
(Suspirando) Não sei o que responder. Estamos planejando uma turnê pelo extremo oriente, que começaria na noite do ano novo de 1991 e duraria um mês: lugares como Taipei, Seul, Manilha...Mas esta turnê foi vendida em fevereiro de 90. Então, embora nenhum de nós tenha se reunido desde então, o plano é esse.
Daqui até lá o que acontece, então?
Tem um canadense chamado Aldo Nova, um grande amigo meu, que me ajudou nesta trilha e me ajudou no primeiro álbum do Bon Jovi. Ele foi cortado da gravadora dele no ano passado, e vou ajudá-lo a gravar e produzir um disco novo para que ele volte à ativa numa ótima. Isso começa em outubro, ou seja, se você souber de alguém que precise de ajuda num disco até outubro, pode dizer que estou disponível (risos).
Como você acabou gravando esta trilha?
O diretor do filme, os produtores ou alguém do elenco interferiu na composição destas músicas adicionais?
Bom, sim e não. Eles não cercearam meu trabalho, de forma alguma. Mas me deram o script e me explicaram tudo sobre os personagens. E isto me ajudou a desenvolver a participação destes personagens nas músicas. E os atores me ajudaram muito nisto. Compus o disco baseado no script, não vi nada do que eles haviam rodado até então. Se tanto, estive no set uns quatro dias. Agora, quanto à minha participação no filme propriamente dita, ela é muitíssimo mais curta do que o tempo que eu levaria para descrevê-la (risos). Não é o começo de uma carreira no cinema. Qualquer semelhança entre Elvis e eu pára por aqui (risos).
Mas, mesmo sendo pequena, não abriu seu apetite para o cinema?
Deixou-me mais curioso, porque me diverti tanto com esses caras e admiro muito todos eles. E é tão diferente do que eu faço normalmente. O convívio é diferente do que se vê numa banda: uma banda é como uma família. Atores fazem filmes juntos, são ótimos amigos durante este período de trabalho, mas depois se dispersam e vão fazer filmes em separado. Os caras da minha banda não fazem turnê em separado. Todos nós vivemos para a banda. E também existe o fator de adulação instantânea de toda noite, com ação e reação da platéia...não existe nada parecido no cinema. Então, para mim um filme é dez vezes maior e dez vezes mais chato do que trabalhar num videoclipe (risos).
Você já disse em entrevistas que tem vergonha de uma câmera. Mas você não parece inibido diante de uma platéia de dezoito mil pessoas. Qual a diferença?
Olha, eu tenho o maior respeito pelos caras, como atores, e ainda estou aprendendo o significado desta palavra ,ator, porque, como atores, eles podem fazer de conta que são alguém que na verdade não são. Eu curto dar uma de cowboy. Mas ser ator...O máximo que eu possa fazer aqui nesta conversa, em cima de um palco ou dentro da minha casa é ser eu mesmo. As canções que eu escrevo são sobre mim mesmo. Quando eu escorrego numa palavra, me levanto e sacudo a poeira do tombo, aquilo sou eu caindo.
Eu não invento personagem que eu “ligo” e “desligo” quando bem entender. Então tenho o maior respeito por gente que consegue fazer isso.
Sua participação no filme, na tela, foi idéia sua?
Havia um ou dois pequenos papéis dando sopa, e eu escolhi este porque nessa hora tocava uma das minhas músicas. Vai virar uma boa pergunta para um jogo de trivia, de “cultura inútil” (risos).
Você achou muitas diferenças entre a indústria fonográfica e a indústria do cinema?
Ah, são dois animais completamente diferentes. E acho que a do cinema é um barato maior. Parece que a indústria fonográfica é mais ou menos uma família. Você trabalha com as mesmas pessoas. Então quando eu assino um contrato com a Polygram em 1983... meus filhos acabam, sendo contratados da Polygram, entendeu? Eu jamais vou sair da Polygram, é como uma pena de prisão ( risos).
Há uma enorme polêmica atualmente em torno do fantasma da censura que estaria assombrando os Estados Unidos. Qual é a sua opinião a respeito, como musico?
Os caras do 2 Live Crew devem ser livres para gravar o que bem entenderem. Agora, o que você compra é outra coisa. Acho que essa é uma decisão que deve ser individual, mas precisa ser discutida com seus amigos e familiares. Se você é menor e seus pais não querem que você compre um disco, a decisão é deles: são deles os dez dólares que vai gastar no disco. Mas ninguém tem o direito de dizer a essas pessoas o que elas podem ou não podem comprar. Quanto à controvérsia em torno do 2 Live Crew, acho que este juízinho da Flórida que transformou o disco num item ilegal...Vocês da imprensa badalaram tanto aquilo que deram a impressão de que o episódio era mais importante e significativo do que realmente foi, e todo mundo agora só fala de 2 Live Crew. Ainda não ouvi o disco deles, estou curioso, mas nunca teria sequer ouvido falar do disco, caso essa controvérsia não existisse.
Discute-se muito hoje em dia o uso de playback em shows pretensamente ao vivo...
É soube de uma banda que estava se apresentando, o gravador quebrou e eles saíram do palco chorando ( risos – o grupo é Milli Vanilli). Isso me ofende. Eu não pagaria dinheiro para ver esses caras dançando, prefiro ir ao balé, ou a um show de dança. E aqueles anos todos que fiquei trancado no meu quarto aprendendo a cantar e tocar...só para virem esses caras dançando com playback? Sabe o que me dá vontade de fazer? ( ele finge estar segurando um objeto em cada mão) de agarrar os dois e bater uma cabeça na outra. Isso me incomoda.
Enquanto você estava trancado no seu quarto aprendendo a tocar e cantar, em quem se inspirava?
Num monte de gente. Tipicamente, as bandas dos anos 70, gente como Thin Lizzy, Aerosmith, além de todos os caras de New Jersey, a quem devo muita coisa, como Southside Johnny Ande The Asbury Jukes, Bruce Springsteen. Eles eram os caras locais, entende? Foi daí, as bandas de hard rock, e a inspiração dos caras locais que haviam se dado bem que surgiram as gerações seguintes: gente como nós, Cinderella, Skid Row.
E na trilha de Young Guns 2, você trabalha com músicos de gerações anteriores à que te influenciou, como Little Richard, Elton John e Jeff Beck?
Já que não ia usar minha banda, fiz a escalação dos meus sonhos. A primeira escolha foi Jeff Beck. Sempre o admirei com guitarrista, adoro o que ele fez com Rod Stewart, Mick Jagger. Então liguei para ele, dizendo que estava gravando uma trilha do filme, que gostaria que ele viesse a Los Angeles para trabalhar comigo. Mas ele estava com pressa, precisava sair, disse: “Ok, estarei lá” e desligou o telefone, e eu: “Tá, to sabendo”. Mas ele acabou chegando ao estúdio antes de mim. Eu já havia cantado com Elton John num show dele, Elton já havia cantado com minha banda num de nossos shows, e ele estava na cidade esperando a hora de poder usar o mesmo baterista que eu estava usando. Eu sabia que ele não podia trabalhar sem baterista, então pensei: “ Hoje à noite Elton deve estar em casa assistindo TV, talvez ele pudesse dar um pulinho no estúdio”. Pois ele veio e tocou duas faixas. E foi Jeff Beck quem me disse que adoraria conhecer Little Richard. Eu já havia tocado com Richard, no Bon Jovi. Telefonei para Richard e disse a ele que Jeff Beck queria conhecê-lo, Richard veio e... para mim, foi como apresentar uma lenda a outra. E foi um barato tão grande poder dar alguma coisa a Jeff, por que...ele não conseguia controlar os próprios dedos, eu sei como é que é esse tipo de excitação, e ele começou a tocar”Lucille”, e eu sei que ele devia estar se sentindo o maior bobo. Não conseguia se controlar; ele pediu que Richard autografasse a guitarra dele e, depois que ganhou o autógrafo, Jeff se levantou da cadeira e disse: “ Este é o motivo por que estou neste business”. Eu sabia como ele estava se sentindo porque eu mesmo já disse isso algumas vezes para algumas pessoas.
Que pessoas?
Tom Perry, Bruce Springsteen, Robert Plant...a lista é interminável.
Você sabe alguma coisa sobre o filme que estaria sendo bolado sobre a vida de Little Richard?
É mesmo? Eu adoraria ver este filme. É possível que eu produza o novo álbum dele. E seria ótimo que fizessem este filme, ele merece ser reconhecido como lenda, enquanto ainda está vivo.
José Emílio Rondeau.
Bom amorecos...essa foi a entrevista. Bem bacana, né? Porém, nosso Jon mudou bastante de opinião com o passar dos anos...mas isso faz parte da vida e do amadurecimento de todos nós, nesta difícil e não ensinada lição que é viver...
Sell Jovi
Fonte: Arquivo pessoal de Sell Jovi.
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